Em palestra sobre as
repercussões psicológicas dos acidentes de trabalho, durante o Seminário
de Prevenção de Acidentes de Trabalho, iniciado na quinta-feira (20) no
Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, a psiquiatra Edith
Seligmann Silva, doutora e professora da Universidade de São Paulo,
alertou que o acidente de trabalho, muitas vezes, ultrapassa a lesão
física e atinge a integridade psíquica do trabalhador. Quando isso acontece, vários processos psicológicos podem ser desencadeados: o primeiro momento, logo após o acidente, impõe uma limitação física, ou seja, um choque, um "entorpecimento da consciência", quando o acidentado não tem a real dimensão do ocorrido. Passado este momento e já consciente, o trabalhador se torna mais sensível. Esta sensibilidade, para a psiquiatra, pode se manifestar de forma muito intensa, com uma grande irritabilidade ou agressividade. Com a sensibilidade afetada, muitos trabalhadores desenvolvem um processo depressivo, em que se sentem culpados, com uma grande sensação de ressentimento, o que gera perda da autoestima e leva, em casos extremos, ao suicídio. A especialista lembrou que o único transtorno psicológico reconhecido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como ligado diretamente aos acidentes de trabalho é o transtorno de stress pós-traumático, que também se relaciona aos traumas ocasionados por catástrofe e incêndios. Ao final, a psiquiatra observou que o fator mais importante para a superação de um trauma após um acidente de trabalho é o apoio social que o trabalhador pode receber da família, dos empregadores, dos amigos e dos colegas de trabalho. |
Fonte: TST |
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Psiquiatra alerta para consequências psicológicas dos acidentes de trabalho
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