Giovanini, que lidera área de "compliance" do grupo alemão, é elogiado por especialistas. Siemens é referência mundial no assunto
Os executivos da área de compliance, departamento responsável
pela apuração e prevenção de fraudes, corrupção, assédio moral e sexual e
desvios de conduta por parte dos funcionários, costumam ser chamados de
“delegados” ou “xerifes” pelos corredores das companhias - termos que,
obviamente, eles detestam e rechaçam.
No grupo alemão Siemens, que acaba de demitir o presidente da
subsidiária brasileira, Adilson Primo, por “grave contravenção”, quem
responde pela área de compliance no Brasil é Wagner Giovanini, um dos
executivos mais bem cotados e considerados um dos maiores especialistas
no setor no País, segundo fontes ouvidas pelo iG.
A própria Simens transformou-se mundialmente em uma referência na
área de compliance e o chefe dessa divisão na multinacional, o americano
Peter Solmssen, é considerado um dos gurus no ramo. Solmssen entrou na
Siemens em outubro de 2007 após os escândalos de corrupção que varreram a
companhia e que derrubaram o então presidente da multinacional, Klaus
Kleinfeld.
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Hoje, 600 pessoas trabalham na área de compliance da Siemens no mundo
e a empresa participa ativamente de seminários e debates sobre o
assunto. De acordo com o site da Simens, o programa de compliance da
empresa se baseia em três pilares: prevenir, detectar e responder a
fraudes. A empresa realiza auditorias internas e externas e possui
canais anônimos para denúncia de conduta irregular.
No ano fiscal de 2010, a Siemens registrava 502 suspeitas de delitos que precisavam ser investigados internamente.
Procurado pelo iG, Giovanini não quis se
pronunciar. A empresa informou, por meio de sua assessoria de imprensa,
que o executivo não é porta-voz para comentar a demissão de Primo. As
investigações estão sendo conduzidas pela matriz, na Alemanha, segundo a
empresa.
De acordo com um especialista, os chefes da área de compliance têm
poderes para se dirigirem diretamente aos acionistas à medida que o alvo
das investigações pode ser o próprio presidente da empresa.
O escritório contratado pela Simens para realizar a auditoria no
Brasil, o Debevoise & Plimpton, de Nova York, é um dos mais bem
conceituados em investigações corporativas, afirma uma fonte.
Foto: Reprodução
Adilson Primo, ex-presidente da Siemens
Pelo histórico da Siemens e pelos agentes envolvidos na
investigação, a fraude descoberta pelo grupo alemão causou repercussão
no meio jurídico e leva a crer que a empresa tenha se cercado de provas.
“A Siemens possui uma dos mais respeitados programas de compliance do
mundo”, diz uma fonte. “E o Wagner Giovanini possui uma excelente
reputação no meio”, acrescenta. Algumas das práticas implementadas pelo
executivo no Brasil foram depois levadas pela multinacional para outros
países e ele é bem visto dentro do grupo.
A área de compliance é relativamente nova no Brasil, mas vem ganhando
uma importância cada vez maior, principalmente para as multinacionais.
Fraudes passaram a ser um elevado risco para a continuidade dos negócios
e já fizeram com empresas desaparecessem, como a auditoria Arthur
Andersen, envolvida no escândalo da Enron.
Após os escândalos, os Estados Unidos impuseram leis severas para
prevenir e punir fraudes corporativas, como a Lei Sarbanes-Oxley (SOX),
aprovada em 2002, além de aplicar de forma mais incisiva o Foreign
Corrupt Practices Act (FCPA), uma lei aprovada em 1977 após o escândalo
de Watergate e que pune crimes de corrupção praticados por empresas
americanas (ou listadas no mercado americano) mesmo em outros países.
No dia 01 de julho deste ano, entrou em vigor no Reino Unido UK
Bribery Act, uma lei anticorrupção. Essa nova regulamentação inovou ao
expandir o conceito de corrupção para além do serviço público, passando a
valer também para negócios entre empresas, como subornos de
fornecedores, segundo advogados ouvidos pelo iG.
Veja comunicado enviado pela Siemens sobre a demissão de Adilson Primo e as investigações de compliance do grupo
"A Siemens nomeou Paulo Ricardo Stark (42) como novo CEO no
Brasil. A empresa se desligou, com efeito imediato, do CEO que a
representava até o momento no Brasil, Adilson Antônio Primo (58). Por
meio de uma investigação interna de compliance, foi descoberta uma grave
contravenção das diretivas da Siemens na sede nacional, ocorrida antes
de 2007. As investigações internas sobre o caso ainda estão em
andamento.
Brasileiro de nascimento, Paulo Ricardo Stark é engenheiro elétrico e tem extensa experiência de liderança internacional. Ele exerceu diversos cargos para a Siemens no México e em várias estações na Alemanha, onde mais recentemente ocupou a diretoria de uma Unidade de Negócios do setor Industry. No Brasil, Stark assume hoje uma organização de grande importância e crescimento acelerado. A Siemens está no Brasil há mais de 105 anos. No ano fiscal de 2010, a empresa alcançou um faturamento de cerca de 1,8 bilhões de euros e pedidos recebidos no total de 2,1 bilhões de euros. O Grupo Siemens no Brasil conta com mais de 10 mil colaboradores, treze unidades fabris e sete centros de pesquisa, desenvolvimento e engenharia. A Siemens quer continuar participando do crescimento dinâmico do país – por exemplo, com infraestrutura sustentável para cidades e grandes eventos, bem como para os setores de petróleo e gás e de energias renováveis. A Siemens aplica o princípio de tolerância zero para os casos de contravenção de compliance. A empresa defende com convicção os negócios honestos – sempre e sem exceções."
Grupo Siemens no Brasil
A Siemens é atualmente o maior conglomerado de engenharia elétrica e
eletrônica do país, com suas atividades agrupadas em três setores:
indústria, energia e cuidados com a saúde. As primeiras atividades da
empresa no Brasil datam de 1867, com a instalação da linha telegráfica
pioneira entre o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul. Hoje, os
equipamentos e sistemas da Siemens são responsáveis por 50% da energia
elétrica gerada no País, 30% dos diagnósticos digitais por imagem
realizados no Brasil e estão presentes em 2/3 de todas as plataformas
offshore brasileiras projetadas nos últimos 8 anos. No Brasil, o Grupo
Siemens conta com 10.170 colaboradores, 13 fábricas e 6 centros de
pesquisa e desenvolvimento espalhados por todo o País.
Brasileiro de nascimento, Paulo Ricardo Stark é engenheiro elétrico e tem extensa experiência de liderança internacional. Ele exerceu diversos cargos para a Siemens no México e em várias estações na Alemanha, onde mais recentemente ocupou a diretoria de uma Unidade de Negócios do setor Industry. No Brasil, Stark assume hoje uma organização de grande importância e crescimento acelerado. A Siemens está no Brasil há mais de 105 anos. No ano fiscal de 2010, a empresa alcançou um faturamento de cerca de 1,8 bilhões de euros e pedidos recebidos no total de 2,1 bilhões de euros. O Grupo Siemens no Brasil conta com mais de 10 mil colaboradores, treze unidades fabris e sete centros de pesquisa, desenvolvimento e engenharia. A Siemens quer continuar participando do crescimento dinâmico do país – por exemplo, com infraestrutura sustentável para cidades e grandes eventos, bem como para os setores de petróleo e gás e de energias renováveis. A Siemens aplica o princípio de tolerância zero para os casos de contravenção de compliance. A empresa defende com convicção os negócios honestos – sempre e sem exceções."
Grupo Siemens no Brasil
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