"Marido de aluguel", vivido por Lília Cabral em "Fina
Estampa", é franquia em ascensão, com baixo custo e alta rentabilidade;
mão de obra qualificada é desafio
Foto: TV Globo
Griselda (Lília Cabral) em "Fina Estampa": qualidade da mão de obra é principal desafio no setor de maridos de aluguel
O trabalho de Griselda – ou Pereirão – pode não ser fácil, mas dá dinheiro. Na novela “Fina Estampa”, da Rede Globo, a personagem de Lilia Cabral
sustentava a família fazendo pequenos reparos para os moradores da
Barra da Tijuca. A personagem ganhou na loteria, mas abrirá uma escola
para formar novas Pereirões. Afinal de contas, a atividade de manutenção
domiciliar, popularmente conhecida como “marido de aluguel”, é também a
aposta de muitos empreendedores e já alcançou o modelo de franquia.
Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), existem hoje no
País quatro redes que juntas possuem mais de 450 franqueados.
Veja também:
A Praquemarido é uma das redes que oferecem serviços de manutenção
elétrica e hidráulica, além de atenderem reformas. Fundada em 2003 pelo
engenheiro Alexandre Ortega, a empresa tem como foco o público A e B e
atende, em média, seis clientes ao dia. Sócia e esposa do fundador, Rita
Ortega conta que o negócio começou com um investimento de apenas R$ 6
mil. “Mas, não tivemos retorno no curto prazo porque enfrentamos várias
dificuldades no início da empresa, como a falta de mão de obra
qualificada”, diz.
Foto: Divulgação
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Crescimento do negócio levou a Praquemarido ao franchising. Hoje, são 33 franqueados na rede
Quem deseja apostar no negócio de “marido de aluguel” deve ter
um cuidado especial na montagem da equipe. Segundo Marcelo Sinelli,
consultor do Sebrae SP, a imagem da empresa está relacionada à qualidade
de seus prestadores de serviço. “O empresário deve contratar
profissionais qualificados e garantir aos clientes um trabalho bem feito”,
afirma. “Preocupar-se com todas as etapas é necessário, pois qualquer
atendimento errado pode manchar a credibilidade do negócio”, diz.
Uma experiência pouco satisfatória com prestadores de serviço autônomos
foi o que levou Carmen Fernanda Guelielmo, consultora de viagens, à
Praquemarido. “Já tive problemas com alguns profissionais e resolvi
apostar nos serviços de uma empresa. Percebi que não adianta pagar
barato e precisar refazer o serviço”, afirma. “Gostei muito do
atendimento que recebi e acabei pedindo outros reparos”, diz.
Na Praquemarido, os atendimentos custam entre R$ 80 e R$ 120 –
dependendo da complexidade exigida – e há possibilidade de contratar um
serviço com orçamento fechado. A boa perspectiva de mercado identificada
pelo casal Ortega fez que a empresa expandisse para o segmento de
franquias em 2010. Hoje, a rede atende em todo o País, possui 33
franqueados, além da unidade própria, e fatura por ano R$ 36 milhões.
Somente na unidade administrada pelo casal há 15 funcionários, uma frota
com cinco veículos e o faturamento, em 2010, foi de aproximadamente R$ 1
milhão. “Queremos registrar este ano um crescimento de, no mínimo, 30%
e chegar em 2012 com mais de 100 franqueados”, afirma Rita.
Conveniência é maior atrativo para clientes
No segmento de manutenção domiciliar uma dúvida frequente entre os
empresários é a definição do valor dos atendimentos. Segundo o consultor
do Sebrae SP, a chave para a questão é fazer um plano de negócios,
definir custos envolvidos, valor da mão de obra
e analisar o preço cobrado pela concorrência. “Além disso, para
valorizar o serviço, também é importante mostrar ao cliente a
conveniência e as vantagens oferecidas”, diz.
Saiba mais:
Planejar cada etapa do empreendimento foi a tática usada por
Vantuir Ferreira ao entrar no ramo de “marido de aluguel”. O empresário
que, desde 1997, mantinha um negócio com serviços de motoboy e
trabalhava no segmento de equipamentos eletrônicos, abriu ano passado a
Marido Service. Com investimento inicial de R$ 70 mil, Ferreira elaborou
um plano de negócios
e contratou profissionais como encanadores, eletricistas e pedreiros
para pequenos reparos. “Tenho ajuda de minha esposa na administração e
para atrair clientes divulgamos publicidades em revistas e em nosso
site, que é de onde vem a maior parte dos pedidos”, afirma.
Cada hora de atendimento na Marido Service custa R$ 70 e o cliente
deve contratar, no mínimo, duas horas de serviço. “Sempre trabalhamos
com agenda e abrimos exceção da exigência de duas horas apenas para os
clientes mais fiéis”, diz o empreendedor.
A empresa presta atendimentos em São Paulo e recebe cerca de 12 pedidos
ao dia, sendo os de instalação de prateleiras, chuveiros e cortinas, os
mais frequentes.
Com oito funcionários e um faturamento mensal de R$ 30 mil, a Marido
Service possui frota de seis veículos e 30% da clientela nas empresas.
“Estamos crescendo e projetamos um aumento de 50% em nosso faturamento
para o próximo ano”, afirma. “A novela da Globo está ajudando a divulgar
o serviço e trazendo curiosidade para o segmento. Isto é muito bom”,
diz.
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