segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Modelo de negócio da Pereirão já tem 450 franqueados no País

"Marido de aluguel", vivido por Lília Cabral em "Fina Estampa", é franquia em ascensão, com baixo custo e alta rentabilidade; mão de obra qualificada é desafio
Foto: TV Globo
Griselda (Lília Cabral) em "Fina Estampa": qualidade da mão de obra é principal desafio no setor de maridos de aluguel
O trabalho de Griselda – ou Pereirão – pode não ser fácil, mas dá dinheiro. Na novela “Fina Estampa”, da Rede Globo, a personagem de Lilia Cabral sustentava a família fazendo pequenos reparos para os moradores da Barra da Tijuca. A personagem ganhou na loteria, mas abrirá uma escola para formar novas Pereirões. Afinal de contas, a atividade de manutenção domiciliar, popularmente conhecida como “marido de aluguel”, é também a aposta de muitos empreendedores e já alcançou o modelo de franquia. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), existem hoje no País quatro redes que juntas possuem mais de 450 franqueados.
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A Praquemarido é uma das redes que oferecem serviços de manutenção elétrica e hidráulica, além de atenderem reformas. Fundada em 2003 pelo engenheiro Alexandre Ortega, a empresa tem como foco o público A e B e atende, em média, seis clientes ao dia. Sócia e esposa do fundador, Rita Ortega conta que o negócio começou com um investimento de apenas R$ 6 mil. “Mas, não tivemos retorno no curto prazo porque enfrentamos várias dificuldades no início da empresa, como a falta de mão de obra qualificada”, diz.
Foto: Divulgação Ampliar
Crescimento do negócio levou a Praquemarido ao franchising. Hoje, são 33 franqueados na rede
Quem deseja apostar no negócio de “marido de aluguel” deve ter um cuidado especial na montagem da equipe. Segundo Marcelo Sinelli, consultor do Sebrae SP, a imagem da empresa está relacionada à qualidade de seus prestadores de serviço. “O empresário deve contratar profissionais qualificados e garantir aos clientes um trabalho bem feito”, afirma. “Preocupar-se com todas as etapas é necessário, pois qualquer atendimento errado pode manchar a credibilidade do negócio”, diz.
Uma experiência pouco satisfatória com prestadores de serviço autônomos foi o que levou Carmen Fernanda Guelielmo, consultora de viagens, à Praquemarido. “Já tive problemas com alguns profissionais e resolvi apostar nos serviços de uma empresa. Percebi que não adianta pagar barato e precisar refazer o serviço”, afirma. “Gostei muito do atendimento que recebi e acabei pedindo outros reparos”, diz.
Na Praquemarido, os atendimentos custam entre R$ 80 e R$ 120 – dependendo da complexidade exigida – e há possibilidade de contratar um serviço com orçamento fechado. A boa perspectiva de mercado identificada pelo casal Ortega fez que a empresa expandisse para o segmento de franquias em 2010. Hoje, a rede atende em todo o País, possui 33 franqueados, além da unidade própria, e fatura por ano R$ 36 milhões. Somente na unidade administrada pelo casal há 15 funcionários, uma frota com cinco veículos e o faturamento, em 2010, foi de aproximadamente R$ 1 milhão. “Queremos registrar este ano um crescimento de, no mínimo, 30% e chegar em 2012 com mais de 100 franqueados”, afirma Rita.
Conveniência é maior atrativo para clientes
No segmento de manutenção domiciliar uma dúvida frequente entre os empresários é a definição do valor dos atendimentos. Segundo o consultor do Sebrae SP, a chave para a questão é fazer um plano de negócios, definir custos envolvidos, valor da mão de obra e analisar o preço cobrado pela concorrência. “Além disso, para valorizar o serviço, também é importante mostrar ao cliente a conveniência e as vantagens oferecidas”, diz.
Planejar cada etapa do empreendimento foi a tática usada por Vantuir Ferreira ao entrar no ramo de “marido de aluguel”. O empresário que, desde 1997, mantinha um negócio com serviços de motoboy e trabalhava no segmento de equipamentos eletrônicos, abriu ano passado a Marido Service. Com investimento inicial de R$ 70 mil, Ferreira elaborou um plano de negócios e contratou profissionais como encanadores, eletricistas e pedreiros para pequenos reparos. “Tenho ajuda de minha esposa na administração e para atrair clientes divulgamos publicidades em revistas e em nosso site, que é de onde vem a maior parte dos pedidos”, afirma.
Cada hora de atendimento na Marido Service custa R$ 70 e o cliente deve contratar, no mínimo, duas horas de serviço. “Sempre trabalhamos com agenda e abrimos exceção da exigência de duas horas apenas para os clientes mais fiéis”, diz o empreendedor. A empresa presta atendimentos em São Paulo e recebe cerca de 12 pedidos ao dia, sendo os de instalação de prateleiras, chuveiros e cortinas, os mais frequentes.
Com oito funcionários e um faturamento mensal de R$ 30 mil, a Marido Service possui frota de seis veículos e 30% da clientela nas empresas. “Estamos crescendo e projetamos um aumento de 50% em nosso faturamento para o próximo ano”, afirma. “A novela da Globo está ajudando a divulgar o serviço e trazendo curiosidade para o segmento. Isto é muito bom”, diz.

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