São muitos casos de pessoas que trabalham em Brasília e não precisam registrar a hora que chegam e saem do Senado.
A instalação de um sistema eletrônico para controlar a frequência dos funcionários do Senado teve um efeito inverso ao desejado. Aumentou o número de servidores que não precisam bater o ponto.
No boletim administrativo do Senado, só nesta terça-feira (12), foram publicadas mais cinco solicitações de dispensa do ponto. Há menos de duas semanas, o Senado inaugurou o ponto biométrico, para melhorar a fiscalização dos funcionários. Mas de lá para cá, só cresceu o número de pessoas que não precisam registrar presença no equipamento que custou mais de R$ 1 milhão.
No início eram 1.060. Hoje, o número já passou de 1.300, de um total de seis mil concursados e comissionados. Podem ser dispensados do ponto: a diretora geral, a secretária geral da mesa diretora, diretores e chefes, indicados políticos nos gabinetes liberados pelos senadores e funcionários que trabalham nos escritórios nos estados.
O líder do PSDB, o senador Álvaro dias Dias, diz que a liberação do controle de frequência deve ser só para quem trabalha no escritório estadual. “Os assessores que prestam serviços nos estados são necessários, e o sistema não chega até lá. Então, eles são liberados não porque não trabalham, mas porque o sistema não está adotado nos estados”, explica o senador.
São muitos casos de pessoas que trabalham em Brasília e não precisam registrar a hora que chegam e saem do Senado.
Na liderança do governo, todos os 27 funcionários estão liberados do controle de frequência. “Eles estão dispensados do ponto eletrônico, mas todos dão presença. Todos ficam até mais do que o horário”, afirma o líder do governo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
No gabinete do presidente da casa, o senador José Sarney (PMDB-AP), cerca de 30% estão livres da obrigação. São oito de um total de 26. Mas Sarney diz que isso não diminui a fiscalização do trabalho dos funcionários. “Os senadores podem dispensar de ponto aqueles que acham necessário, mas com isso eles não estão isentos de um controle de ponto interno”, declara.
O boletim administrativo do Senado publicou nesta terça-feira a dispensa do funcionário Paulo Lustosa de Oliveira do cargo de diretor do Museu do Senado. Em uma reportagem do Jornal Nacional no início do mês, ele admitiu que autorizou uma funcionária a bater o ponto e voltar para casa. Segundo o Senado, Lustosa pediu para deixar o cargo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário