Novo video Wellington Menezes de Oliveira 12/04/2011
Homem invade escola no Rio e mata 11 crianças
Wellington Menezes de Oliveira, que também morreu, era ex-estudante da Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo
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Segundo o Corpo de Bombeiros, entre os mortos estão dez meninas, um menino e o autor dos disparos. Os feridos - dez meninos e três meninas - foram encaminhadas para o Hospital Estadual Albert Schweitzer, Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia e Hospital Central da Polícia Militar.
Mais cedo, o Instituto Médico Legal (IML) informou que o número de mortos havia subido para 13, mas a informação foi corrigida pela Polícia Civil. (Veja a lista dos mortos já identificados)
A direção da escola informou que o homem - que era um ex-aluno - se passou por um palestrante para entrar na instituição de ensino. A escola está completando 40 anos e alguns ex-alunos têm ido ao local dar depoimentos aos atuais estudantes. Segundo testemunhas, Wellington estava com duas armas e munição profissional.
Ao chegar ao local, primeiro ele teria procurado uma professora que já tinha lhe dado aula no passado. Como não a encontrou, subiu para o primeiro andar, foi em duas salas do oitavo ano do Ensino Fundamental e efetuou disparos.
Com o início do barulho dos tiros, houve muita gritaria e os professores trancaram as portas das salas para proteger os alunos. Quando estavam indo para o segundo andar, o atirador teria se deparado ainda dentro da escola com um sargento da Polícia Militar. O soldado participava de uma blitz do Detro na região para apreender vans piratas quando foi avisado por duas crianças feridas. O policial teria pedido para Wellington se render. Como o mesmo não respeitou, o sargento deu um tiro no abdômen do suspeito. Logo depois, o atirador caiu e se matou com um disparo na cabeça. "A tragédia poderia ter sido pior", avaliou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, 400 alunos do Ensino Fundamental com idades entre 9 e 14 anos estudam na escola municipal no turno da manhã. Por conta do ocorrido, a movimentação foi intensa na manhã desta quinta-feira em frente à instituição de ensino. A rua onde fica localizada a escola segue interditada e policiais militares do 14º BPM (Bangu) estão no local. Ainda não há informações sobre o que teria motivado o crime. O atirador não tinha antecedentes criminais.
O subprefeito da zona oeste, Edmar Teixeira, informou que Wellington deixou uma carta antes de praticar o crime. No documento, que foi entregue à Divisão de Homicídios da Polícia Civil, o homem relatou que era portador do vírus HIV. "Na carta, ele dava indícios de que era uma pessoa desequilibrada. Em alguns trechos, escreveu que não tinha mais vontade de viver e citou os nomes de alguns professores e alunos", contou o subprefeito.
O carteiro Ercílio Antunes, de 44 anos, mora em frente à escola e estava indo para o trabalho quando o tiroteio teve início. "Ouvi muitos gritos e disparos. Logo depois, surgiram crianças correndo e entraram na minha casa, que estava com a porta aberta. Elas estavam chorando, amedrontadas e sujas de sangue. Pensei em ir ao colégio, mas ao ouvir mais disparos, eu voltei. Poderia ter sido outra vítima", relatou.
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Leia a suposta carta deixada pelo atirador da escola
Carta de despedida teria sido escrita por Wellington. Em um trecho, ele fala sobre sua morte e sepultamento, Jesus e Deus
Uma suposta carta teria sido deixada por Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, que invadiu na manhã desta quinta-feira (7) a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, e atirou nos alunos, matando 10 meninas e 1 menino. Outros 13 estudantes ficaram feridos. Leia a carta.
No documento, Wellington parecia estar premeditando a sua morte, pois fala em sepultamento e diz que gostaria de ser enterrado ao lado da sepultura da mãe.
Quero ser sepultado ao lado da sepultura onde minha mãe dorme
"Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem usar luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas, ou seja, nenhum fornicador ou adúltero poderá ter contato direto comigo, nem nada que seja impuro poderá tocar em meu sangue, nenhum impuro pode ter contato direto com um virgemsem sua permissão, os que cuidarem do meu sepultamento deverão retirar toda a minha vestimenta, me banhar, me secar e me envolver totalmente despido em um lençol branco que está nesse prédio em uma bolsa que deixei na primeira sala do primeiro andar após me envolverem neste lençol poderão me colocar em meu caixão. Se possível quero, ser sepultado ao lado da sepultura onde minha mãe dorme, minha mãe se chama Dicéa Menezes de Oliveira que está sepultada no cemitério de Murundu. Preciso da visita de um fiel seguidor de Deus em minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que ele ore diante da minha sepultura pedindo perdão de Deus pelo que eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte para a vida eterna", diz o trecho.
Em outra parte do bilhete, o atirador diz ter deixado uma casa no bairro de Sepetiba, na zona oeste carioca, e que gostaria que o espaço fosse usado por instituições que protegem os animais.
Confira o trecho da carta:
Os animais são seres muito desprezados e precisam muito mais do que proteção e carinho do que os seres humanos
"Eu deixei uma casa em Sepetiba da qual nenhum familiar precisa, existem instituições pobres, financiadas por pessoas generosas que cuidam de animais abandonados, eu quero que esse espaço onde eu passei meus últimos meses seja doado à uma dessas instituições, pois os animais são seres muito desprezados e precisam muito mais de proteção e carinho do que os seres humanos que possuem a vantagem de poder se comunicar, trabalhar para se sustentar, os animais não podem pedir comida ou trabalhar para se alimentarem, por isso, os que se apropriarem de minha casa, eu peço por favor que tenham bom senso e cumpram o meu pedido, pois cumprindo o meu pedido, automaticamente estarão cumprindo a vontade dos pais que desejavam passar este imóvel para o meu nome e todos sabem disso, se não cumprirem o meu pedido, automaticamente estarão desrespeitando a vontade dos pais, o que prova que vocês não têm nenhuma consideração pelos nossos pais que já dormem, eu acredito que todos vocês tenham alguma consideração pelos nossos pais, provem isso fazendo o que eu pedi".
Essa parte da carta traz em seu final a assinatura do próprio Wellington no final e, segundo a polícia, foi achada na mesa de uma professora.
Mais cedo, a polícia informou que uma carta deixada por Wellington apontava indicíos de que o crime foi premeditado. Apesar das pistas indicadas no bilhete, a chefe da Polícia Civil do Rio, Marta Rocha, insistiu que era cedo para fazer interpretações. "A carta e outros elementos ainda estão sendo investigados", afirmou.
O tenente-coronel da PM, Ibis Pereira disse pela manhã que a carta tinha forte teor de fanatismo religioso e o atirador teria dito que era portador do vírus HIV e declarava que via "impureza nas crianças. Esses trechos, no entanto, não aparecem nos bilhetes a qual o iG teve acesso.
Baseado no conteúdo da carta, o porta-voz da PM disse avaliar que o suspeito deveria ter um desvio de personalidade. "Ele era um fanático religioso, um quadro de demência religiosa. Ele via nas crianças algo impuro. Só um desvio de personalidade explica um comportamento sociopata dessa natureza. Um ato de estupidez", afirmou Pereira.
* Com informações da Agência Estado
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