sábado, 30 de abril de 2011

1º de Maio: Uma história de luto, rebeldia e luta

1º de Maio: Uma história de luto, rebeldia e luta

O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889 por um congresso da Internacional Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época. Hoje, é celebrada em todo o mundo, menos no país onde sucederam os acontecimentos que a inspiraram, os EUA


A polícia não poupou bala nem cassetete para reprimir a greve que originou o 1 de Maio

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Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de Maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalhador.

Chicago, maio de 1886

O retrocesso imposto à classe trabalhadora em boa parte do mundo neste momento, em especial na Europa, faz lembrar os primórdios do Modo de Produção Capitalista, quando o grau de exploração do trabalho era bem maior do que hoje. Salários baixos associadas a longas e extenuantes jornadas eram a regra nas fábricas. A saúde física e mental dos trabalhadores estava comprometida por jornadas que se estendiam até 17 horas diárias, prática comum nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos no final do século XVIII e durante o século XIX. Férias, descanso semanal e aposentadoria não existiam. Para se protegerem em momentos difíceis, os trabalhadores inventavam vários tipos de organização – como as caixas de auxílio mútuo, precursoras dos primeiros sindicatos.

Com as primeiras organizações, surgiram também as campanhas e mobilizações reivindicando maiores salários e redução da jornada de trabalho. Greves, nem sempre pacíficas, explodiam por todo o mundo industrializado. Chicago, um dos principais polos industriais norte-americanos, também era um dos grandes centros sindicais. Duas importantes organizações lideravam os trabalhadores e dirigiam as manifestações em todo o país: a AFL (Federação Americana de Trabalho) e a Knights of Labor (Cavaleiros do Trabalho). As organizações, sindicatos e associações que surgiam eram formadas principalmente por trabalhadores de tendências políticas socialistas, anarquistas e social-democratas. Em 1886, Chicago foi palco de uma intensa greve operária. À época, Chicago não era apenas o centro da máfia e do crime organizado era também o centro do anarquismo na América do Norte, com importantes jornais operários como o Arbeiter Zeitung e o Verboten, dirigidos respectivamente por August Spies e Michel Schwab.

Imprensa burguesa

Atualmente, é notória a cobertura parcial dos fatos e a hostilidade dos grandes meios de comunicação ou da chamada mídia hegemônica aos movimentos sociais e, em particular, aos sindicatos. Mas tudo isto não chega a ser novidade. Os jornais patronais daquela época chamavam os líderes operários de cafajestes, preguiçosos e canalhas que buscavam criar desordens. Uma passeata pacífica, composta de trabalhadores, desempregados e familiares silenciou momentaneamente tais críticas, embora com resultados trágicos no pequeno prazo. No alto dos edifícios e nas esquinas estava posicionada a repressão policial. A manifestação terminou com um ardente comício.

No dia 3, a greve continuava em muitos estabelecimentos. Diante da fábrica McCormick Harvester, a policia disparou contra um grupo de operários, matando seis, deixando 50 feridos e centenas presos, Spies convocou os trabalhadores para uma concentração na tarde do dia 4. O ambiente era de revolta apesar dos líderes pedirem calma.

Brutal repressão

Os oradores se revesavam; Spies, Parsons e Sam Fieldem, pediram a união e a continuidade do movimento. No final da manifestação um grupo de 180 policiais atacou os manifestantes, espancando-os e pisoteando-os. Uma bomba estourou no meio dos guardas, uns 60 foram feridos e vários morreram. Reforços chegaram e começaram a atirar em todas as direções. Centenas de pessoas de todas as idades morreram.

Justiça de classe

A repressão foi aumentando num crescendo sem fim: decretou-se “Estado de Sítio” e proibição de sair às ruas. Milhares de trabalhadores foram presos, muitas sedes de sindicatos incendiadas, criminosos e gângsters pagos pelos patrões invadiram casas de trabalhadores, espancando-os e destruindo seus pertences.

A justiça revelou seu caráter de classe, burguesa e antioperária, quando levou a julgamento os líderes do movimento, August Spies, Sam Fieldem, Oscar Neeb, Adolph Fischer, Michel Shwab, Louis Lingg e Georg Engel. O simulacro de julgamento começou dia 21 de junho e desenrolou-se rapidamente. Provas e testemunhas foram inventadas. A sentença foi lida dia 9 de outubro, no qual Parsons, Engel, Fischer, Lingg, Spies foram condenados à morte na forca; Fieldem e Schwab, à prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão.

A defesa de Spies

August Spies fez a própria defesa no julgamento. Não se curvou aos carrascos da burguesia e reiterou suas convicções no futuro luminoso do movimento operário. Leia abaixo um pequeno trecho do seu último discurso:

"Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento operário - este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na pobreza e na miséria, esperam a redenção – se esta é sua opinião, enforquem-nos. Aqui terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!"

Parsons também falou:

"Arrebenta a tua necessidade e o teu medo de ser escravo, o pão é a liberdade, a liberdade é o pão". Ele fez um relato da ação dos trabalhadores, desmascarando a farsa dos patrões com minúcias e proclamou seus ideais:

"A propriedade das máquinas como privilégio de uns poucos é o que combatemos, o monopólio das mesmas, eis aquilo contra o que lutamos. Nós desejamos que todas as forças da natureza, que todas as forças sociais, que essa força gigantesca, produto do trabalho e da inteligência das gerações passadas, sejam postas à disposição do homem, submetidas ao homem para sempre. Este e não outro é o objetivo do socialismo".

Execução

No dia 11 de novembro, Spies, Engel, Fischer e Parsons foram levados para o pátio da prisão e executados. Lingg não estava entre eles, pois suicidou. Seis anos depois, o governo de Illinois, pressionado pelas ondas de protesto contra a iniqüidade do processo, anulou a sentença e libertou os três sobreviventes.

Em 1888 quando a AFL realizou o seu congresso, surgiu a proposta para realizar nova greve geral em 1º de maio de 1890, a fim de se estender a jornada de 8 horas às zonas que ainda não haviam conquistado.



Primeiro de Maio em Portugal em 1974, após a Revolução dos Cravos

Internacional Socialista

No centenário do início da Revolução Francesa, em 14 de julho de 1889, reuniu-se em Paris um congresso operário marxista. Os delegados representavam três milhões de trabalhadores. Esse congresso marca a fundação da Segunda Internacional.

Na hora da votar as resoluções, o belga Raymond Lavigne encaminhou uma proposta de organizar uma grande manifestação internacional, ao mesmo tempo, com data fixa, em todas os países e cidades pela redução da jornada de trabalho para 8 horas e aplicação de outras resoluções do Congresso Internacional. Como nos Estados Unidos já havia sido marcada para o dia 1º de maio de 1890 uma manifestação similar, manteve-se o dia para todos os países.

No segundo Congresso da Segunda Internacional em Bruxelas, de 16 a 23 de setembro de 1891, foi feito um balanço do movimento de 1890 e no final desse encontro foi aprovada a resolução histórica: tornar o 1º de maio como "um dia de festa dos trabalhadores de todos os países, durante o qual os trabalhadores devem manifestar os objetivos comuns de suas reivindicações, bem como sua solidariedade".

O ideal da igualdade

Como vemos, a greve de 1º de maio de 1886 em Chicago, nos Estados Unidos, não foi um fato histórico isolado na luta dos trabalhadores, ela representou o desenrolar de um longo processo de luta em várias partes do mundo que, já no século 19, acumulavam várias experiências no campo do enfrentamento entre o capital (trabalho morto apropriado por poucos) versus trabalho (seres humanos vivos, que amam, desejam, constroem e sonham!).

O incipiente movimento operário que nascera com a revolução industrial, começava a atentar para a importância da internacionalização da luta dos trabalhadores. O próprio massacre ao movimento grevista de Chicago não foi o primeiro, mas passou a simbolizar a luta pela igualdade, pelo fim da exploração e das injustiças.

Muitos foram os que tombaram na luta por mundo melhor, do massacre de Chicago aos dias de hoje, um longo caminho de lutas históricas foi percorrido. Os tempos atuais são difíceis para os trabalhadores, a nova revolução tecnológica criou uma instabilidade maior, jornadas mais longas com salários mais baixos, cresceu o número de seres humanos capazes de trabalhar, porém para a nova ordem eles são descartáveis.



Capitalismo e imperialismo

A realidade continua revelando cotidianamente a face perversa do capital, que não vacila em explorar o ao trabalho infantil, degradar a natureza e ampliar o desemprego e a pobreza. Ao longo do século 20 o capitalismo se globalizou, foi dominado por grandes empresas monopolistas e se transformou em imperialismo, um sistema em que as grandes potências exploram sem piedade a classe trabalhadora dos países mais atrasados e semeiam a guerra. O imperialismo é responsável por duas grandes guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945) e continua promovendo conflitos, como se vê no Oriente Médio (Iraque, Afeganistão e Líbia). O imperialismo é uma pedra no caminho da paz mundial ansiada pelos povos.

Em 2008 o sistema foi abalado pela crise mais grave de sua história desde a Grande Depressão de 1929. As consequências da crise são desiguais, mas não restam dúvidas de que a classe trabalhadora é sua principal vítima. Na Europa, os governos capitalistas querem desmantelar o chamado Estado de Bem Estar Social, nos EUA cerca de 8 milhões de postos de trabalho foram destruídos e no mundo mais de 30 milhões de trabalhadores foram acrescentados ao exército de desempregados. Os trabalhadores não estão passivos diante da ofensiva reacionária dos Estados capitalistas. O 1º de Maio deste ano vai refletir a luta em curso na Europa e em todo o mundo pela dignidade da classe trabalhadora, contra o capitalismo e por uma nova ordem política e econômica mundial.

Da Redação, com agências
Fonte: http://www.vermelho.org.br/1demaio/noticia.php?id_noticia=152845&id_secao=292

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Resultado do Censo IBGE 2010





Mais informações acesse o site do censo: http://www.censo2010.ibge.gov.br/index.php

Brasil tem quase 191 milhões de habitantes, segundo Censo 2010

Os recenseadores bateram na porta de 67,5 milhões domicílios. A taxa de crescimento da população foi a menor desde os anos 40.

O Brasil já tem quase 191 milhões de habitantes, segundo o Censo 2010, divulgado, nesta sexta-feira (29), pelo IBGE. Os recenseadores foram a todas as casas do país.

Foi um trabalho e tanto. Os recenseadores bateram na porta de 67,5 milhões domicílios com uma lista de perguntas. As repostas agora mostram o novo Brasil. Um país que já tem 190.755.799 habitantes. Somos 21 milhões a mais que em 2000, data do último Censo.

Mas o crescimento da população teve um ritmo menos acelerado que no passado. Taxa de 1,17% ao ano, a menor desde os anos 40.

Onde o Brasil cresceu mais? Onde as mulheres ainda têm mais filhos: na Região Norte. Mas não foi o único motivo: a população também aumentou com a chegada de gente de outros cantos do país. O mesmo aconteceu no Centro-Oeste, região com a segunda maior taxa de crescimento. A menor foi na Região Sul. Mas o Sudeste continua concentrando a maior parte da população brasileira.

E não para de chegar gente às cidades, que ganharam 23 milhões de habitantes em dez anos. São Paulo, Rio e Salvador ainda são as maiores cidades. Belo Horizonte caiu para sexto, ultrapassada por Brasília e Fortaleza.

E o censo mostrou que o ritmo de crescimento dessas grandes cidades diminuiu. As metrópoles brasileiras já não atraem mais tanta gente.

“É um fenômeno de descentralização. Agora outros também atraem. Então tem uma concorrência maior para atrair aquela mão de obra que está em busca de oportunidades”, explicou o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.

As oportunidades fizeram Glauber e Letícia sair de Belo Horizonte para uma cidade menor: Palmas, no Tocantins, a capital que mais cresceu nos últimos dez anos. “Um oferta muito boa, uma valorização profissional melhor e de uma valorização também financeira melhor”, disse ele.

Anacaire saiu da pequena Maetinga, na Bahia, onde a população encolheu, e foi para uma cidade maior, Vitória da Conquista. “Tive que sair de lá por ser uma cidade que não tem estrutura”, contou.

Tanto a estudante quanto o casal decidiram ir para cidades que têm entre 100 mil e 500 mil habitantes, justamente as que mais cresceram.

O técnico em mecânica saiu de Sergipe com a família, atraído pelo emprego na indústria do petróleo, no estado no Rio.

Escolheu Rio das Ostras para morar, o lugar que mais cresceu em todo o país. “O custo de vida aqui é relativamente um pouco mais em conta”, contou ele.

A cidade cresceu e quem apostou nesse crescimento também. Foi o caso de uma empresa que, desde que se instalou lá, há dois anos, o faturamento triplicou e o número de funcionários também. Hoje já são dois turnos de trabalho e a empresa faz planos de funcionar 24 horas. Mais emprego para quem vive na cidade e para quem chega de fora também.

Eberson encontrou em Rio das Ostras a chance que não teve na Região Metropolitana do Rio, onde morava, e não pretende fazer o caminho de volta. “Pretendo me estruturar aqui realmente na cidade, eu acho que tem muito o que crescer e eu quero crescer junto”, afirmou.

fonte:Jornal Nacional 29/04/2011

veja video no link: http://g1.globo.com/videos/jornal-nacional/v/brasil-tem-quase-191-milhoes-de-habitantes-segundo-censo-2010/1497350/


Em São Paulo

Reportagem SPTV

IBGE divulga números do Censo 2010

Sexta-feira, 29/04/2011

A capital paulista tem mais de 11 milhões de habitantes. O número de mulheres é maior do que o de homens. A densidade demográfica de cidades como Diadema e Osasco tem mais gente por metro quadrado do que na capital.

Veja o Video


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