sábado, 9 de outubro de 2010

PM tem “bico oficial” em São Paulo

Será marketing de campanha da Prefeitura e do Governo do Estado na corrida do seu candidato a Presidencia e quanto aos Professores também terão direito ao bico oficial?

08/10/2010

Serão 20 áreas da cidade em que policiais trabalham em seu horário de folga para o próprio poder público
Secretaria da Segurança afirma que furtos diminuíram nessas regiões; acréscimo no salário é de R$ 1.200
Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Policiais militares na rua 25 de Março, centro de SP; Estado afirma que ‘bico oficial’ reduziu em 70% furtos na região
O governo de São Paulo vai ampliar a contratação de policiais militares nos chamados “bicos oficiais”, quando os policiais trabalham em seu horário de folga para o próprio poder público. O objetivo é criar “bolsões de segurança” em várias regiões da capital e do interior, com o reforço do policiamento.
Hoje 14 regiões da cidade, entre elas a 25 de Março e a avenida Paulista, tiveram o policiamento reforçado. Até o final do ano, serão 20.
A Secretaria da Segurança Pública afirma que, por conta da chamada “atividade delegada”, o total de furtos caiu até 70% em algumas regiões, caso da 25 de Março.
Por regra, um PM trabalha 12 horas seguidas e folga 36 -salário inicial de R$ 1.800. No “bico oficial”, pode trabalhar até 96 horas por mês, ganhando R$ 1.200 a mais.
A “atividade delegada” foi implantada em dezembro na 25 de Março após acordo entre governo e prefeitura, que paga o salário dos PMs. A justificativa inicial era que os PMs iriam combater os camelôs irregulares. Essa atividade é, em tese, função da Guarda Civil Metropolitana.
O convênio foi estendido a outros 13 locais. São empregados diariamente 1.270 PMs. Até o final do ano, deverão ser 2.512.De acordo com o coordenador das subprefeituras, Ronaldo Camargo, para 2011, a prefeitura pretende ampliar esse efetivo para 5.000 policiais e atender 31 subprefeituras. “Esse é praticamente todo o efetivo da Guarda Municipal em São Paulo.”O Orçamento para o convênio passa de R$ 36 milhões iniciais para R$ 100 milhões.
Prefeitura e PM citam como ponto positivo da parceria o fato de empregar no “bico oficial” PMs que, provavelmente, estariam fazendo bicos irregulares, em risco.
No “bico oficial”, eles usam farda e armas da PM e são considerados como se estivessem de serviço. Isso garante, por exemplo, o pagamento do seguro à família do PM em caso de morte, o que não ocorre no bico irregular.
Só neste ano, 33 PMs foram mortos no Estado no horário de folga e, parte deles, morreu no bico irregular.
Entre eles está o PM Marcelo Júnior Rodrigues, 40, baleado durante um assalto anteontem a uma casa de câmbio na avenida Paulista.
Carlos Augusto Souza Silva, 45, presidente do Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos, entidade com 3.500 sócios, diz que a categoria é contra o convênio entre PM e Prefeitura de SP.
“A prefeitura deveria primeiro investir na guarda”, disse Silva, especialista em segurança formado pela PUC-SP.Segundo ele, um guarda em início de carreira recebe, em média, R$ 950.
Fonte = Folha de S. Paulo



Pagamento de 'bico oficial' de PMs atrasa
23 de agosto de 2010 0h 00

Camilla Haddad , Elvis Pereira - O Estado de S.Paulo
O pagamento do "bico oficial" da Polícia Militar, criado em parceria com a Prefeitura de São Paulo, está atrasado. Dezenove soldados e cabos confirmaram à reportagem que esperam até dois meses para receber o dinheiro. A PM admite o problema, mas diz que o atraso se refere só a julho e promete normalizar a situação a partir de sexta-feira. A chamada Operação Delegada teve início em 2 de dezembro de 2009. Por meio dela, policiais trabalham em dias de folga em ruas de comércio popular, como a 25 de Março e a José Paulino. O convênio foi planejado para ajudar tanto a corporação quanto o governo. A PM viu na operação a chance de evitar que policiais aceitassem serviços como seguranças para complementar a renda. A Prefeitura ganhou reforço no combate a camelôs em situação irregular, tarefa que cabia a guardas civis. A Operação Delegada ainda reduziu em 60% os delitos em geral nas regiões incluídas no convênio. Mas a expansão do convênio, de 150 para 4 mil homens, dificultou os pagamentos, segundo a PM. 

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