São
Paulo – Levantamento nacional mostra que 49 pessoas foram assassinadas
em 2011 em decorrência de assaltos em agências bancárias. O número é
113,04% maior que o registrado no ano anterior (23 mortes). Os dados são
da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf)
e da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), elaborados a partir
de notícias publicadas na imprensa.
São
Paulo, com 16 assassinatos, Rio de Janeiro com nove, Goiás (quatro),
Paraná (quatro) e Rio Grande do Sul (quatro) foram os estados com o
maior número de casos. Das 49 mortes, 32 ocorreram em consequência do
golpe chamado de saidinha de banco. Predominantemente, as vítimas foram
clientes (30), vigilantes (oito) e policiais (seis).
“Os
bandidos percebem a fragilidade da segurança nas agências porque hoje
não existe privacidade para as pessoas fazerem suas operações
bancárias”, disse o coordenador do Coletivo Nacional de Segurança
Bancária, Ademir Wiederkehr. “Os bancos não têm divisórias nos caixas
eletrônicos, não têm biombos na boca do caixa, e a bandidagem pode
observar quem está saindo com dinheiro. O golpe da saidinha começa
dentro do banco”, completou.
Segundo
as entidades que fizeram o levantamento, as mortes refletem a carência
de investimentos das instituições financeiras para prevenir assaltos e
sequestros. A pesquisa destaca que dados do Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que os cinco
maiores bancos do país apresentaram lucros de R$ 37,9 bilhões de janeiro
a setembro de 2011. "Já as despesas com segurança e vigilância somaram
R$ 1,9 bilhão, apenas 5,2% na comparação com os lucros", aponta o
levantamento. Em 2010, os cinco maiores bancos investiram mais que em
2011 em segurança: 5,45% dos lucros.
“Pedimos
a colocação da porta de segurança, a porta giratória em todas as
agências e postos de serviço, a colocação de biombos na frente dos
caixas e divisórias nos caixas eletrônicos. Onde isso foi feito, como em
João Pessoa, o golpe da saidinha diminuiu 90%”, declarou Wiederkehr. A
Contraf e a CNTV sugerem ainda a isenção das taxas de transferência,
visando a diminuir o dinheiro circulante e, consequentemente, os
assaltos.
Segundo
a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os investimentos em
segurança cresceram de R$ 3 bilhões no início dos anos 2000, para R$ 9,4
bilhões nos últimos anos. De acordo com a entidade, com o investimento,
o número de assaltos diminuiu.
A
Febraban destaca que o aumento no número de mortes ocorreu porque os
dados da pesquisa incluem, na maior parte, a ocorrências fora das
agências bancárias, em assaltos nas ruas, “onde os bancos não podem
interferir por ser tratar de alçada das autoridades encarregadas da
segurança pública”.
A
entidade ainda destaca que as tarifas de transferência adotadas no
Brasil estão entre as menores do mundo. “Pesquisa da consultoria
internacional Accenture atesta que, entre 14 países, a tarifa de
transferência no Brasil (R$ 7,50) ocupa o nono lugar. Na Argentina, a
primeira colocada, a tarifa é R$ 61,01”.
Fonte: Agência Brasil
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